Vendedor de mel
Um homem de expressão sorridente vendia mel, cativando os corações de todo mundo por seus modos agradáveis. Seus clientes eram tão numerosos como moscas ao redor da cana de açúcar e se ele fosse vender veneno, as pessoas comprariam como se fosse mel.
Um homem com um aspecto aborrecido olhava para ele com inveja, com ciúmes da forma em que seu negócio prosperava. Um dia percorreu toda a cidade com uma bandeja de mel sobre sua cabeça e com a testa franzida. Andou de um lugar a outro oferecendo sua mercadoria, mas ninguém sequer desejou comprar seu mel. Quando caiu a noite, não tendo ganhado nenhum dinheiro, sentou-se abatido em uma esquina com uma cara tão amarga como a de um pecador temendo um castigo.
A mulher de um de seus vizinhos, em tom de brincadeira, comentou: “o mel é amargo para uma pessoa azeda!”
É um erro comer pão na mesa daquele cuja a cara está tão franzida como as dobras da toalha de mesa na qual se serve.
Óh homem! Não aumente tua própria carga, pois uma má natureza acarreta o desastre seguidamente!
El Bustan, p. 56. Saadi de Shiraz (sufi do séc. XII).