Anedota de Bayazid Bistami
Uma noite, ao sair da cidade, o Shaykh Bayazid reparou que um profundo silêncio se estendia sobre a planície. A lua iluminavao mundo, tornando a noite tão clara quanto o dia. As estrelas agrupavam-se de acordo com suas simpatias, e cada constelação tinha uma função especial.
O Skaykh caminhava sem perceber nenhum movimento e sem avistar vivalma. Com o coração abalado, disse:
“Senhor, uma tristeza penetrante me oprime. Por que uma corte tão sublime carece de adoradores ardentes?”
“Não te surpreendas”, respondeu-lhe uma voz interior, “o rei não admite toda a gente à sua corte. A dignidade não lhe permite receber vagabundos à sua porta. Quando o santuário do nosso esplendor fulgura, ele desdenha os dorminhocos e desatentos. És um dos mil que anseiam por admissão, e precisas aguardar com paciência.”
Farid Ud-Din Attar, A Conferência dos pássaros, p. 27.